terça-feira, 16 de novembro de 2010

O BAHIA NA ELITE

Como é bonito ver a alegria de volta ao rosto do torcedor do Bahia. Foram sete anos de angústia e sofrimento. O Bahia caiu, do que podemos chamar de céu, que é a primeira divisão, para o purgatório da série B, e chegou ao inferno, na série C, em 2005. Lá se foram dois anos, salvos em 2007 pelo anjo 45, Charles, aos 50 minutos do segundo tempo, no apagar das luzes, contra o Fast Club. Nesse mesmo ano, em 25 de novembro, o Tricolor conseguiu mais uma façanha na Fonte Nova.

Eu estava lá e pude ver os opostos. De um lado, a alegria pela volta à série B. Trio elétrico, muita festa, música, dança, invasão de campo, depredação do estádio, o que me fez recordar uma triste e velha prática do passado em que os torcedores desciam das arquibancadas para comemorar dentro do campo. E do outro, a dor de quem perdeu o seu ente-querido, caído da arquibancada para a morte, nesse mesmo dia, foram sete apaixonados tricolores que perderam suas vidas. O mês de novembro, mais uma vez, entra para a história do clube, agora marcado pela sua volta à elite do futebol Brasileiro, a série A, em um sábado 13, que também será inesquecível.

Estive presente na decisão de 2004, quando o Bahia ficou a uma vitória da série A, era só vencer o Brasiliense e estaria de volta, mas... não deu. Pude presenciar nesse dia, um Bahia irreconhecível e inferior diante da velha Fonte Nova lotada. A dor maior foi ver o Bahia garfado pelo juiz, que deixou de marcar dois pênaltis para o tricolor e, ao final, a desolação e o inconformismo que vinham das arquibancadas.

Foram sete anos oscilando entre as séries B e C e, se somados aos três, entre 97 e 2000, de virada de mesa e desmandos do futebol brasileiro, podemos dizer que o torcedor do Bahia já vinha sofrendo há muito tempo. Foi um período de idas e vindas, campanhas contra as diversas diretorias que passaram pelo clube, muita cobrança, perda de mando de campo, invasão do fazendão, agressão aos jogadores, falta de planejamento, muita desunião um verdadeiro caos administrativo.

O Bahia de hoje se mostra mais organizado, nada melhor do que aprender com os erros do passado. Foi preciso uma visão mais empresarial, que apenas futebolística, para dar cara a esse novo Bahia, renascido das cinzas e que pode voltar a ser a sensação da série A. Espero que as lágrimas e vidas perdidas no passado, pelo torcedor, não fiquem apenas nas lembranças de quem as viveu, mas que sejam transformadas em grandes conquistas a serem eternizadas no coração dessa Nação Tricolor e, que possa se transformar em paixão a esse Esquadrão chamado Esporte Clube Bahia! (BAÊA)!


Por: Jorge Ribeiro