segunda-feira, 7 de março de 2011

CARNAVAL DE ALEGRIAS


O Carnaval é fascinante. Ele nos propicia conhecer outras pessoas, quando brincamos em paz de coração aberto. É quando temos a oportunidade de estar frente a frente com o nosso artista preferido e, ainda de quebra, curtimos aquele show que tanto queríamos ir e participar. Não é difícil perceber a alegria estampada no rosto das pessoas quando dão de cara com Ivete Sangalo, Claudia Leite, Carlinhos Brown, Chiclete Com Banana e tantas outras bandas e artistas que, mesmo no anonimato do Show Business, tem os seus seguidores fieis.

Bandas como o Sayde Bamba, Bleck Staile, que não tem a força de um Psiríco, arrastam um público jovem que tem na ponta da língua as suas canções, ainda que estas deixem nas entrelinhas segundas intenções. Intenções inocentes que despertam mais para uma curtição, que é típica do baiano de transforma tudo em música, que pela maldade explicita. Foi assim com o Asa de Aguia com ‘Take it easy’, quando Durval provou que pra falar inglês não precisa ser poliglota. Com o Chiclete quando cantou ‘A fila andou’, uma linguagem dos dias atuais lembrando o fim do romance e o imediato início de outro.

Atualmente o Sayde Bamba, canta o ‘Chore na minha’, uma alusão as derrotas dos nossos clubes de futebol quando perdem uma partida, e a gozação da torcida adversária é inevitável. É muito divertido acompanhar a reação das pessoas, dentro dos blocos ou não, quando são convocados a interagir levantando as mãos, dando um grito, ou saindo do chão – entenda aqui pulando. A sintonia, o sincronismo, parecem ensaiados de tão perfeitos que ficam as evoluções, ao longo do circuito, traduzidas em perfeição. Isso se aplica a todos, mas principalmente aos Afros e Afoxés, que há muito dão um show de alegria, alegoria e charme com suas alas especificas com dançarinos e figurinos diferenciados.

Esse é o Carnaval plural e cheio de vida, de povo, de gente como a gente. O Carnaval de Salvador. Não importa se querem lhe atribuir um apartheid, por conta dos blocos colocarem cordas para diferenciar os seus associados dos demais, estes brincam com a mesma, ou até mais, intensidade daqueles supostamente “diferenciados” fora das cordas. Aqui, o poder econômico fala mais alto, e esse, é o sistema capitalista que sempre vai impor em todos os setores o seu poder, causando descontentamentos.

São muitos os aspectos que compõe o carnaval. Sei que tem muita coisa para se falar. Porque se o Carnaval fosse certinho, arrumadinho, não teria graça e não iria gerar discussão. Esse é o bom do Carnaval de Salvador que está em constante mutação e cada dia mais forte em sua essência.

Pretendo abordar outros aspectos desse Carnaval aqui nesse espaço democrático nos próximos dias. Bom carnaval pra você.

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