sexta-feira, 28 de setembro de 2012

DIETA OU REEDUCAÇÃO ALIMENTAR? (EIS A QUESTÃO!)

A melhoria nas condições de trabalho e renda do brasileiro resultaram também em um mesa mais farta para as famílias. Os alimentos que antes eram consumidos pela classe média-alta, agora ficaram mais acessíveis. Da mesma forma que o acesso ao alimento ficou mais fácil, ao menos para algumas pessoas, não há, ainda, uma preocupação maior com uma alimentação de qualidade.

Muitas das guloseimas escolhidas pela maioria das famílias são industrializadas, o que facilita a vida das pessoas. No entanto o resultado vem logo depois: as pessoas acabam ganhando uns quilos extras, antecipando, muitas vezes, surgimento de doenças. Os corantes, conservantes e agrotóxicos aplicados nos alimentos são considerados vilões da boa saúde. “As pessoas mais idosas não contavam com tantos avanços na indústria, na medicina, e não tinham doenças tão graves e tão diversas. Podemos também lembrar que a geração coca-cola e fest-food correspondem às gerações que comeram e comem de forma incorreta, desde a concepção” revela Lourdinha Cardoso, terapeuta alimentar.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 115 milhões de pessoas sofram de problemas relacionados com a obesidade nos países em desenvolvimento. No Brasil, a situação não é diferente. Cerca de 40% da população está acima do peso. A mudança de hábito fez ascender no país a “indústria do corpo perfeito” moldado não só pela televisão, mas por revistas especializadas que vendem para um público desavisado fórmulas ‘milagrosas’ de emagrecimento rápido. Para Cardoso, o perigo destas fórmulas mágicas, tanto do emagrecimento quanto para engordar é um desrespeito ao caráter individual do ser humano. “Seu metabolismo, sua programação genética, sua condição profissional, sua estrutura emocional tudo isso depende do conjunto personal considerado por cada um, ou até por um profissional, que realize uma avaliação lógica e funcional de cada indivíduo.”

Pressão alta, diabetes e o risco de morte súbita fizeram com que o soldado da Polícia Militar, Hamilton Ferreira, optasse pela fórmula mais radical de emagrecimento: a cirurgia Bariátrica “Estava gordo, tudo que fazia me cansava com facilidade, além da dificuldade para dormir, tinha apneia do sono e depois da cirurgia, tudo acabou”, revela. Ferreira, que pesava 120kg, hoje, nove meses depois da cirurgia, está com 78kg e segue uma dieta rigorosa à base de frutas, verduras, grelhados e muito líquido.

Para a Terapeuta Alimentar, o caso do Soldado é uma exceção “A redução de estômago por cirurgia requer muito cuidado, não é este carnaval midiático que se diz e se faz. Há grandes perdas da saúde e até casos de pessoas que foram a óbito. Certamente passaram por negligências clínicas em lugar de se reeducar”, destaca. Para a profissional, um procedimento mal sucedido pode marcar para sempre a vida do paciente, quando o melhor caminho seria a reeducação. “A orientação Alimentar carrega em si uma reeducação mais calma e duradoura. Uma cirurgia tem prazo determinado para o procedimento. Não dando certo as seqüelas, além de também serem físicas, serão profundamente emocionais”.

Com os novos estudos e avanços da ciência é possível evitar o extremo de uma cirurgia ou de dietas mirabolantes e desacompanhadas de um profissional, o que pode gerar o chamado efeito sanfona. Nesse ponto a reeducação alimentar é vital para quem quer se manter no peso e com saúde. Segundo Lourdinha Cardoso, a terapia alimentar consiste um processo ou condução adequada dos alimentos em função de um diagnóstico ou de uma prevenção consciente para cada pessoa. Esse processo requer disciplina e acompanhamento “Os benefícios são enormes e um deles é a conquista de uma mudança de hábito sem o trauma da dieta com a alegria de viver saudavelmente”, revela.

Para quem busca uma mudança e pretende manter uma dieta saudável deve procurar um especialista que vai orientar, de forma mais correta, como aproveitar o máximo dos alimentos sem prejuízo à saúde e ao bem estar do corpo “A terapia Alimentar resgata o conhecimento, eleva a auto-estima e a responsabilidade das pessoas. Mas a escolha enquanto criança é um direito exercido por pais ou responsáveis e enquanto adultos, cabe a eles próprios decidirem. O momento emocional de algumas pessoas retardam esta decisão o que acarreta sempre mais prejuízos”, destaca.

Texto Publicado no Jornal São Salvador.

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