sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O CAMPEONATO BRASILEIRO E SUAS DIVISÕES

CRÔNICA

Com o fim do Campeonato baiano tem início o Brasileirão envolvendo as principais equipes do nosso futebol. As atenções da grande mídia vão estar voltadas para as séries A e B, com mais ênfase para a série A, menina dos olhos da "Vênus Platinada" que detém os direitos de transmissão dos jogos. É ela quem dita as regras dos dias e horários das partidas, afinal está pagando e muito barato os clubes que aceitam o que é oferecido para não ficar com o pires na mão. O torcedor, mero coadjuvante, é obrigado a aceitar a dança dos horários de alguns jogos que começam às 22h e terminam no dia seguinte.

Essa contracultura, criada a partir do Clube dos 13, fundado em 1987, com a função de organizar a bagunça que era o campeonato nacional, trouxe a tona não apenas os interesses dos clubes, mas também da maior rede de Tv do país, a Globo. Os direitos de exclusividade, então negociado junto a emissora pela entidade, levou mais receitas para os clubes, porém dividida de forma desigual entre eles cuja maior parte da verba ficava com os principais clubes do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul em detrimento dos outros por não terem tanta representatividade.

Na atual organização dos campeonatos nacionais, divididos nas séries A,B,C e D, dificilmente teremos clubes do Maranhão, Sergipe, Amazonas e outro estados figurando na primeira divisão. Isso porque todo investimento está concentrado no eixo Sul-Sudeste-Minas, e dividir o bolo é tarefa que nenhum dirigente quer. No início de 2011, após a reeleição do atual presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, e a abertura de licitação para venda dos direitos de transmissão, a vitória da Rede TV feriu os interesses da Globo e da CBF. Fazendo valer a sua força a Vênus provocou um 'racha' no Clube dos 13, ao negociar os direitos de transmissão diretamente com os clubes, sem o intermédio da entidade.

Comenta-se no meio radiofônico esportivo, que os nossos representantes, Bahia e Vitória, fizeram bons contratos com a emissora. Resta saber até que ponto essa injeção de recursos nos cofres dos nossos clubes refletirá na formação de um elenco forte e competitivo. Como diz o comentarista esportivo Chico Queiroz: O torcedor não suporta mais ver os seus clubes como meros participantes e não disputantes do Brasileirão.

Texto Publicado no Jornal São Salvador.

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