sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O ESPETÁCULO É O FUTEBOL

crônica

Tenho acompanhado nos noticiários das rádios, jornais e Tvs, já há algum tempo, as desordens promovidas por torcedores, ou pseudos torcedores, que dentro do estádio fazem a festa e fora deles protagonizam o terror. O espetáculo vibrante, colorido, as faixas, bandeiras, o rufar dos tambores no ritmo das canções que embalam o time em campo, transformando o imenso estádio em um gigante caldeirão, perde todo o sentido quando uma pedra é lançada, um pedaço de pau se transforma em objeto de vingança.

Ainda que este torcedor não vista a camisa do seu oponente, pelo mero prazer da vingança, o que alguns chamam de rivalidade, em nome de uma paixão por um clube de futebol as pessoas estão brigando e se matando por nada. Nestas horas eu sou saudosista e lembro da primeira vez em que estive no então estádio da Fonte Nova, para assistir um verdadeiro espetáculo: Bahia X Corinthians. E foi justamente em um domingo de estádio lotado, 23 de março de 1982, em que Zenon do Timão e Osni do Tricolor, fizeram tremer o gigante da Fonte. Havia um respeito entre as pessoas que só queriam gritar, extravasar e torcer pelo seu clube, no verdadeiro espírito esportivo.

Hoje, uma minoria de torcedores prefere esquecer o espetáculo para arquitetar planos, que de alguma forma, manche toda beleza da partida depois do apito final. Andar pelas ruas da cidade com a camisa do seu clube preferido em dias de clássico, passou a ser perigoso porque em qualquer esquina, longe ou perto do estádio, o torcedor pode se deparar com um grupinho do time adversário podendo tornar-se presa fácil.

A violência é intolerável, dentro ou fora dos estádios. É preciso uma mudança de postura de todos os envolvidos na realização do espetáculo. Campanhas publicitárias que trate da valorização da vida e o esporte como pacificador dos povos, não seria uma utopia nos tempos modernos. Mas um sinal de verdadeira mudança e valorização do esporte das multidões: o Futebol.

Em tempo: Na ultima crônica, neste espaço, fiz uma alusão aos técnicos midiáticos que decidiriam o Campeonato Baiano. Pena que puxaram o tapete de Toninho Cerezo, do Esporte Clube Vitória na hora do filé. Isso é coisa de dirigentes à deriva.

Texto Publicado no Jornal São Salvador.

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