sexta-feira, 28 de setembro de 2012

SAÚDE, ESPORTE E PREVENÇÃO CAMINHAM JUNTOS

Logo nas primeiras horas da manhã, como acontece todo sábado e domingo, vestindo short, camiseta, meião e chuteiras nos pés, o vigilante Adelmo Lopes de Oliveira se prepara para mais uma partida de futebol, junto com os amigos, no campo de barro, próximo a estação de trem, em Periperi. Ele, como muitos brasileiros, na maioria das cidades, é chamado de peladeiro de fim de semana. Essa paixão, não só pelo futebol, mas também por outras modalidades esportivas que exige esforço do atleta de fim de semana, pode ter um alto preço pelos seus praticantes, sejam eles atletas profissionais ou eventuais.

Para o ortopedista Adriano Fonseca, são grandes os riscos à saúde para quem pratica esporte apenas nos fins de semana “Os principais riscos são os cardiovasculares, visto que estas pessoas não estão acostumadas a praticar atividades físicas e esporadicamente resolvem praticar dando uma sobrecarga ao sistema cardiovascular (coração e vasos sanguíneos), que podem não estar preparados adequadamente a estas exigências”, revela Fonseca.

As dores musculares, as lesões provocadas pelo excesso de esforço não habitual, segundo o ortopedista, do ponto de vista osteomuscular, devido a não preparação da musculatura para absorver o impacto, as articulações é que passam a sofrer aumentando assim o seu desgaste. A pratica esportiva de contato, como o futebol, é mais perigosa por exigir do desportista mais atenção com a saúde “Pelo fato de o contato não ser programado, e estando o corpo menos treinado para responder aos reflexos, as lesões ortopédicas podem ter consequências mais graves”, pontua.

A maior incidência de lesões relacionadas à prática esportiva ocorre no ligamento cruzado anterior, localizado à frente das articulações do joelho. Segundo o médico, “As lesões de ligamentos desta parte do corpo são bastante sérias e têm prazo de recuperação mínima de 6 meses”, adverte. O joelho no futebol sofre muito por ser a primeira grande articulação, dita única e, na hora do movimento, não dividir a força com outras articulações, a exemplo do pé e do tornozelo.

Para Fonseca os adeptos de prática esportiva dos fins de semana, em curto prazo, podem desenvolver lesões agudas, entroses com maior freqüência, lesões musculares, dores nas costas (dorsalgia e lombalgia), dores musculares (mialgias), além das complicações mais graves como as cardiovasculares, entre elas, o infarto, a.v.e.(derrame), arritmias graves, entre outros problemas de saúde. A longo prazo, podem ainda, desenvolver lesões crônicas das cartilagens que progridem para artrose, tendinites e diversas outras doenças degenerativas.

“Eu trabalho durante a semana, chego em casa à noite, cansado, tomo café e vou dormir. Não tenho tempo para realizar uma atividade física a não ser no fim de semana, quando estou folgando” diz o vigilante justificando a falta de tempo para prática de exercício durante a semana. Segundo o Ortopedista é comum arranjar desculpas para não realização de atividades físicas “Quanto menos músculos trabalhamos, mais preguiçosos ficamos, depois que começamos a praticar algum tipo de esporte que gostamos e ele entra na nossa rotina acontece o oposto, o corpo passa a pedir mais, passa a necessitar desta atividade física para ficar bem” destaca Fonseca.

Para quem deseja começar a praticar exercícios regulares, o Dr. Adriano recomenda, além de procurar um médico, às pessoas, precisam vencer os primeiros obstáculos, comuns a quem ainda está em fase de adaptação. E para quem está muito acima do peso e com dor nos membros inferiores, a orientação é iniciar com exercícios sem impacto para preservar mais as articulações e adaptar o corpo e a musculatura. Ele também indica as caminhadas, a hidroginástica, o pilates e a natação. De acordo com o médico “A caminhada é uma boa atividade física aeróbica, porém, é preciso andar de forma correta para não prejudicar a estrutura musculoesquelética” finaliza.

Texto publicado no Jornal São Salvador.

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