sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O AVC NA VIDA DA GENTE

Os homens têm mais derrame com mais freqüência do que as mulheres

O desequilíbrio repentino em um dos membros (braço ou perna), além da face, são os sintomas mais comuns dos acidentes vasculares cerebrais (AVC). Pode significar a isquemia de todo um hemisfério cerebral ou apenas de uma área pequena e específica. Os AVCs, conhecidos popularmente como derrame "É a primeira causa de invalidez e a terceira em morte no mundo. Ele é resultado de doença arterial ou venosa dos vasos do seguimento do pescoço e da cabeça", revela o neurologista Antonio Andrade.

O acidente vascular cerebral se divide em duas categorias: o isquêmico que consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes daquela região afetada, e produzindo uma sintomatologia ou déficits característicos. E o hemorrágico, quando existe hemorragia (sangramento) local, com outros fatores complicadores tais como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais. "Dependendo da localização da artéria obstruída uma área menor ou maior do cérebro fica sem receber oxigênio e nutrientes" destaca Andrade.

Segundo o neurologista, hoje, no país, 80% dos acidentes vasculares cerebrais são isquêmicos, outros 20% são de ordem hemorrágicos. O médico lembra também que os fatores de riscos estão fora do controle das pessoas como a hipertensão arterial, doença cardíaca, fibrilação atrial, diabete, fumo, hiperlipidemia, obesidade, dieta rica em gordura e sal, consumo excessivo de álcool, falta de exercício físico além do histórico familiar da doença. Alguns medicamentos aumentam a probabilidade de coágulos sanguíneos como a pílula anticoncepcional ou outras doenças que acarretem aumento no estado de coagulabilidade (coagulação do sangue) do indivíduo e mulheres fumantes acima de 35 anos.

"Lembramos que os homens têm mais derrame com mais freqüência do que as mulheres e as mulheres são mais suscetíveis durante a gravidez e na semana mediante o parto", diz Andrade. O neurologista também chama a atenção para os sintomas que normalmente aparecem de forma episódica (ocorrem e param) ou vão piorando ao longo do dia, alterando o nível de consciência (sonolência, letargia ou perda de consciência), como náusea e vômito, dificuldade repentina em escrever, dificuldade em engolir, fraqueza ou perda da sensibilidade do rosto, braço ou perna com fraqueza em um único lado do corpo. Há ainda sintomas como confusão mental repentina, dificuldade em falar e entender, baixa visão, dor de cabeça súbita e severa sem causa aparente.

Existem três estágios de tratamento do acidente vascular cerebral: tratamento preventivo, tratamento do acidente vascular cerebral agudo e o tratamento de reabilitação pós-AVC. "O tratamento preventivo inclui a identificação e controle dos fatores de risco. A avaliação e o acompanhamento neurológicos regulares são componentes do tratamento preventivo bem como o controle da hipertensão, da diabete, a suspensão do tabagismo e o uso de determinadas drogas (anticoagulantes) que contribuem para a diminuição da incidência de acidentes vasculares cerebrais" adverte.

Texto Publicado no Jornal São Salvador.

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